Vôo de animais

 

 

Em todas as classes de vertebrados podemos encontrar um ou outro animal que possui capacidade de efetuar o para-quedismo ou planar. O vôo horizontal só pode ser efetuado por : aves, insetos e morcegos.

Os animais voadores podem ser dividos em 3 grupos:

a) os que efetuam o para-quedismo;

b) os que planam e

c) os que efetuam vôo propulsionado.

Para-quedismo

Entre os animais que desenvolveram esse tipo de vôo está o sapo voador de Bornéu, Rhacophorus dulitensis.

O para-quedas é formado através de membranas presentes nas patas. Quando os animais descem das árvores,age uma força aerodinâmica paralela a direção do ar que passa por eles. Essa força pode ser chamada de força de resistência.

O animal atinge uma velocidade constante quando esta força total contrabalancear o seu peso.

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Planeio

O animal planador se desloca no ar em movimento descendente, sem realizar trabalho. Sua trajetória é retilínea.

Como animais planadores podemos citar:

a) lagarto planador (Draco volans) : possui uma pele dobrada sustentada por elongações das costelas que funcionam como asas e deixam as patas livres para a movimentação normal do animal.

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b) esquilo voador (Glaucomys volans): é geralmente uma pele que se estende das patas dianteiras até as traseiras, denominada patágio. Outros tipos de asas planadoras incluem dedos e se estendem até o queixo e a cauda. 

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c) peixe voador (família Exocoetidae): possui nadadeiras peitorais expansíveis que se transformam em asas com as quais planam após saltarem da água.

OBS: Quase todas as aves possuem a capacidade de planar, porém, essa capacidade se relaciona diretamente com a forma e dimensão das asas.Portanto, o beija-flor mal consegue planar devido às suas asas diminutas.

Vôos propulsionados

É o tipo de vôo realizado por grande parte dos animais que voam e é resultado da movimentação de músculos.

Devido a existência da força de arrastamento, um animal não consegue planar horizontalmente por muito tempo, devido a perda de velocidade.

Para voar horizontalmente com velocidade constante,uma força de impulso deve ser fornecida com direção igual, sentido contrário e mesma intensidade que a força de arrastamento. Essa potência é fornecida pelos músculos que impulsionam e movimentam as asas.

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Animais planadores

 

 

O mecanismo para vôo evoluiu de maneira distinta entre os animais, Sem um ancestral comum, evoluiram os animais planadores e os animais voadores.

Segundo pesquisadore,o  vôo planado surgiu em locais onde esse tipo de locomoção é favorecido como  florestas tropicais da Ásia por possuir árvores são altas e bem espaçadas.Na América do Sul, não ocorre a presença de animais planadores, pois as florestas são muito densas, tornando o vôo planado impraticável por falta de espaço.

Animais Planadores
Esquilo voador

Talvez o mais conhecido dentre os animais capazes de planar. São encontrados em várias partes do mundo.

Para planar eles esticam as membranas existentes entre os membros superiores e inferiores e usam a cauda como estabilizador,

Colugo (Lêmur voador)

São provavelmente os mamíferos mais adaptados ao vôo planado, com as maiores membranas.

Peixe voador

A maioria das espécies de peixes voadores são marinhos.Existem espécies qie possue, de 2 a 4 nadadeiras que se assemelham a asas.Podem fazer vôos em série afundando a cauda na água para criar impulso.

Sapo voador

Por viver em árvores altas, o sapo possui membranas entre os dedos e estão    adaptados ao meio em que vivem, podendo planar  de uma árvore para outra .

Cobra voadora

Seu mecanismo de vôo consiste em achatar o corpo, ficando duas vezes mais larga, assim, aumentando sua área de contato com o ar.

Em comparação, elas voam melhor do que os esquilos voadores e outros animais planadores, pois não possuem nenhum tipo de asa ou aerofólio que ajude a manter a altura do vôo e ainda demonstram algum tipo de controle do vôo como se estivessem rastejando no ar.

 

 

ELETRICIDADE ANIMAL



Origem:

          A eletricidade é originada de um órgão especial, as eletroplacas  (formadas por um grupo de músculos)que, em vez de se contrair, produzem eletricidade.
         Com o aperfeiçoamento dos aparelhos de medição, foi descoberto que todas as células produzem quantidades mínimas de eletricidade. Mas os músculos dos peixes elétricos produzem milhões ou bilhões de vezes mais eletricidade que os músculos dos demais organismos.

Como é feita a descarga elétrica pelos peixes:



         Quando o peixe quer dar uma descarga, seu cérebro envia uma ordem às eletroplacas, através de um nervo ramificado. Assim que a ordem nervosa chega às eletroplacas, uma substância química chamada Adenosina Trifosfato se decompõe, permitindo a libertação de uma enormidade de elétrons livres que fluem como uma corrente elétrica para fora do animal. . As descargas emitidas são de alta tensão,como as da raia-elétrica (Torpedo nobiliana) e as do poraquê.


          Por exemplo, a raia-elétrica encontrada no mar mediterrâneo produz uma descarga de 220 volts; o bagre-elétrico (Malapterurus electricus), típico do rio Nilo, pode produzir uma descarga de 350 volts; e o poraquê, Electrophorus electricus da América do Sul, produz, a mais alta descarga elétrica, de aproximadamente 550 volts.


Raia elétrica
FONTE:http://img174.imageshack.us/i/torpille02ki6.jpg/

Uso da eletricidade:


          Pode ser utilizada pelo peixe para se defender do ataque de um predador, para atordoar uma possível presa ou pode também ser usada na comunicação entre indivíduos de uma mesma espécie ou mesmo de espécies diferentes.
          Só existem animais elétricos em ambiente aquático pois as águas dos rios e dos mares sempre possuem alguns sais dissolvidos e por isso são bons condutores de eletricidade. Mesmo a um metro de distância, é possível levar um choque de um poraquê. Já o ar atmosférico é um mau condutor: o poraquê só consegue dar um choque se encostarmos a mão em sua superfície.
          Os peixes elétricos são quase todos lerdos e dependem de sua descarga para caçar e se defender. Eles próprios são pouco sensíveis à eletricidade.


Produção da descarga elétrica


          Em uma  situação de repouso dentro das eletroplacas as concentrações de potássio são altas e as de sódio, baixas, devido a ação de bomba de sódio/potássio na membrana celular. Nesta situação a permeabilidade da membrana é maior para K+ do que para Na+, e a difusão de K+ para fora da célula é mais rápida que a de Na+ para dentro da célula.Assim, instala-se um potencial de repouso intracelular. Durante a produção da descarga, os eletrócitos são estimulados a ponto de alterar a permeabilidade da membrana, que aumenta para a difusão do Na+. Nesses eletrócitos ocorre uma corrente local rápida e grande, que inverte o potencial da membrana e excita as membranas dos outros eletrócitos adjacentes, tornando-os também despolarizados. A descarga vai se propagando de eletrócito à eletrócito, através de todas as eletroplacas que compõe o órgão elétrico.
          O sentido desta corrente elétrica pode variar conforme o tipo de peixe-elétrico. No poraquê, por exemplo, o sentido da corrente é da cauda para a cabeça. Já nas raias elétricas o sentido é da superfície ventral para a dorsal.
           Como os eletrócitos estão arranjados em série, os potenciais elétricos produzidos em cada um somam-se, produzindo um potencial de alta voltagem.
          Produzida a descarga elétrica, forma-se então um campo elétrico em torno do peixe.


Poraquê
FONTE:http://farm1.static.flickr.com/202/508136814_8c2dd8238c.jpg?v=0


A comunicação das baleias

         

 As baleias continuam sendo certo mistério para nós.

FONTE:http://static.hsw.com.br/gif/whale-parts.jpg
          
           Muitos pesquisadores acreditam que as baleias possuam uma capacidade de linguagem sofisticada.Elas têm cérebros enormes com características complexas que os biólogos associam a uma alta inteligência.
          Essa linguagem parece estar relacionada com a reprodução e competições de força. Durante a temporada de acasalamento, o macho começa a longa seqüência de sons, parando somente para se juntar com alguma fêmea que passa, nadando junto com ela e com o filhote. Eventualmente, macho e fêmea mergulham em direção ao fundo para acasalar. Parece lógico que a canção do macho atraia a fêmea, mas o som se propaga por muitos quilômetros atraindo também outros machos para a área podendo assim testar a sua força com os outros.

* Baleia Azul

          Estimativas realizadas por Cummings e Thompson (1971) e Richardson et al (1995) sugerem que o nível de intensidade da fonte produzida pelas baleias-azuis estão entre 155 e 188 decibéis se mensurados a uma pressão de referência de um micropascal a um metro. Todos os grupos de baleias-azuis produzem som numa frequência fundamental entre 10 e 40 Hz, e o som de freqüência mais baixa que um humano geralmente pode perceber é de 20 Hz.


FONTE:http://viajeaqui.abril.com.br/national-geographic/imagens/reportagens/2009/mar/edicao-108-baleia-azul.jpg


* Baleias Fin

A maioria dos sons são em freqüência de 16 a 40 Hz (o alcance normal da audição humana varia de 20 Hz a 20 kHz).








CURIOSIDADES


          As jubartes macho são conhecidas pelas suas longas canções, que podem durar até 30 minutos e ser ouvidas a quilômetros de distância

         O chamado de uma baleia azul: as baleias azuis são os maiores animais do planeta e também os que emitem o mais alto som, que pode chegar a até 185 decibéis e se propagar por centenas de quilômetros. Para se ter uma idéia, um avião a jato emite cerca de 140 decibéis.

Na água, o som se propaga com uma velocidade de aproximadamente 1450 m/s.


FONTE:http://www.bbc.co.uk/portuguese/especial/images/1448_baleia/317239_fin_whale2_300.gif



Produção de som por baleias dentadas:




          Os vários sons são produzidos pela passagem de ar por estruturas conhecidas como lábios fônicos, uma estrutura na cabeça bastante parecida com a passagem nasal humana.
          A medida que o ar passa por essa passagem estreita, as membranas dos lábios fônicos são sugadas juntas, fazendo o tecido circundante vibrar. Essas vibrações podem ser controladas conscientemente com grande precisão. As vibrações passam pelos tecidos da cabeça para o órgão do espermacete, que molda e direciona o som para um feixe de som para ecolocalização. Uma vez que o ar passa pelos lábios fônicos ele entra no saco vestibular. A partir daí o ar controlado pela baleia pode voltar para a parte baixa do complexo nasal, pronto para ser usado para a produção do som novamente, ou sair pelo espiráculo.

         Todas as baleias dentadas, exceto o cachalote, têm dois conjuntos de lábios fônicos e são capazes de produzir, assim, dois sons de forma independente.Os níveis sonoros das baleias dentadas variam de 40 Hz a 325 kHz.





Pelo fato de os mamíferos marinhos serem tão dependentes da escuta para se comunicar e alimentar, ambientalistas e cetologistas temem que eles sejam prejudicados pelo crescente barulho ambiente nos oceanos, causados por navios e levantamentos sísmicos marinhos.




Sonar: O princípio básico de funcionamento do sonar é a emissão de ultra-sons (ondas mecânicas de alta frequência) por um aparelho colocado nos navios, acoplado a um receptor de som. O som emitido propaga-se na água, reflete-se no fundo dos oceanos ou nos objetos (peixes), retorna e é capitado pelo receptor, que registra a variação de tempo entre a emissão e a recepção do som.

Hidrofone: Um hidrofone é um transdutor de som para electricidade para utilização na água ou outros líquidos, que permite a escuta de sons debaixo de água. Os pesquisadores utilizam para apurar o local exato da origem dos sons de baleia. Seus métodos também lhes permitem detectar o quão longe um som viaja através do oceano.






Bioluminescência



          Bioluminescência: palavra derivada do grego que significa bio = vida e lumen =luz.
        Se relaciona com a produção e emissão de luz fria por um organismo vivo através da transformação de energia química em energia luminosa. Pode ocorrer em diversos grupos de organismos, desde bactérias, algas e fungos até organismos mais complexos como insetos e peixes.
        

FONTE:http://www.brasilescola.com/upload/e/Vagalume.jpg


 Processo:
         
          Ocorre através da oxidação de uma enzima chamada Luciferina por uma enzima denominada Luciferase (consumo de 1 molécula de ATP).
          A Luciferina após passar de um estado de maior excitação para um de menor excitação libera essa energia química através fótons de luz e não na forma calor.
          Os organismos bioluminescentes possuem diferentes tipos de luciferinas que usam em diferentes vias metabólicas para liberar luz.


                                    


Produção de luz:

          A luz geralmente é oriunda de um elétron excitado. A energia faz o elétron subir um nível na sua órbita atômica  e quando este se fixa libera um fóton (pacote minúsculo de luz).
           A luz produzida pelos animais bioluminescentes é diferente da produzida por lâmpadas.
          As lâmpadas criam a luz pela incandescência através do aumento da temperatura de um filamento, produzindo a luz.Porém, esse processo por produzir calor gera um desperdício de energia, não sendo portanto, considerado tão eficiente.
          Já a bioluminescência produz a luz através da mistura de compostos químicos e por não exigir e/ou produzir muito calor é conhecida como luz fria e portanto, considerada mais eficiente.

Exemplos de animais bioluminescentes:

 * Dinoflagelados: como a Noctiluca que é responsável pelos pontos de luz azul-esverdeada produzidos na areia das praias e na água, visíveis durante a noite.
* Crustáceos
* Vermes
* Equinodermos
* Insetos
* Peixes: únicos vertebrados capazes de produzir luz. Processo característico em peixes das regiões profundas dos oceanos, onde há a rarefação ou mesmo a ausência total de luz natural.

                                          

                                               
         Bioluminescência de uma medusa
FONTE:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgU6pf2Vd_3qbCocmicRAxc8IUNElRtbzFeyyO6ZGaiEokjex2PU7b3oLVBjXB8NlflIwMl7B5z5BGt51bOKSH9aphpbG7QplbtxSIJ3TOhG5Te3haHvREyyt_GEPI9sQpAVJBVq_aD02LL/s400/2548824.jpg


Funções biológicas/ecológicas da bioluminescência:

* Comunicação interespecífica (peixes, vagalumes e poliquetas);
* Proteção do ataque (crustáceos e cefalópodos);
* Atração de presas (no peixe sap );
* Iluminação dos arredores (no peixe lanterna);
* Atração de presas através de iscas luminosas;
* Reconhecimento de diferentes espécies;
* Reconhecimento de parceiros sexuais (os vaga-lumes piscam um para o outro seguindo um padrão específico das espécies, geralmente, para encontrar um parceiro);
* Adaptações contra predação.
* Localização de alimento (nas profundezas crepusculares do oceano, algumas espécies de peixes usam sua luz como uma espécie de lanterna para localizarem a presa);
* Auto-defesa (quando ameaçados, alguns animais liberam um jato de líquido bioluminescente)

Curiosidades:

* O Brasil é o país com a maior diversidade de espécies luminescentes no mundo, entre elas vaga-lumes. Com a devastação das florestas, no entanto, essa esplêndida riqueza está se perdendo;
* A amplitude filogenética ainda difusa da distribuição entre os animais bioluminescentes indica  que estes organismos evoluiram de forma independente já que estes animais utilizam a bioluminescência para diversas situações e a produção de luz ocorre através de processos bioquímicos distintos;
* A luz emitida através da bioluminescência pode ter diversas tonalidades. Ex: em alguns cnidários livres  a luz é verde (comprimento de onda máximo de 510 nm) e nos animais de cativeiro a luz é azul (comprimento de onda máximo de 470 nm);
* As pessoas geralmente imaginam os vaga-lumes como insetos adultos brilhantes, mas a larva do vaga-lume também pisca;
* A maior parte dos animais bioluminescentes do mundo existe no oceano, não na terra.