Um sensor infravermelho

 

 

Para serpentes de hábitos diurnos a pouca visão e o olfato eficiente são totalmente satisfatórios para a atividade de caça. Mas as serpentes noturnas não contam com a visão pois a ausência de luminosidade a torna ineficiente.

Assim sendo, mesmo com um olfato apurado, reconhecer o ambiente e perceber a presença de alimento é apenas parte do problema. É preciso saber em que direção e distância exata a presa se encontra e ainda como apanhá-la, se estiver se movimentando. Algumas dessas serpentes de hábitos noturnos, desenvolveram um mecanismo de localização de alimento extremamente eficiente e preciso. Elas podem perceber diferentes intensidades de calor provenientes de corpos e a distância da emissão, por meio de um sistema termosensível existente na extremidade frontal, que seria um sistema de visão sem usar os olhos. Se desconhece o alcance deste sistema térmico para criar imagens no cérebro destas serpentes

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Todos os animais de 'sangue quente' (aves e mamíferos), corretamente denominados de homeotérmicos, emitem raios de calor do tipo infravermelho, formando uma espécie de 'áurea' invisível... As serpentes noturnas, que alimentam-se de animais homeotérmicos, possuem, de cada lado da cabeça, um orifício entre o olho e a narina, chamado de Fosseta Loreal.

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As "fossetas loreais"

As serpentes pertencentes à subfamília Crotalinae possuem em ambos os lados da cabeça, entre as narinas e os olhos, duas depressões em forma de fossa, denominadas fosseta loreal.

Estas aberturas, direcionadas para o focinho do animal, possuem uma membrana ricamente enervada com terminações nervosas capazes de perceber variações de calor de até 0,5 graus Celsius num raio de 5 metros de distância.

Este órgão tem comunicação com o cérebro e sua principal função é a detecção de calor. As serpentes que possuem este órgão são portadoras de dentição solenóglifa, portanto picam sua presa. Em poucos minutos esta presa está morta, e a serpente começa a rastreá-la, então, pelo calor que seu corpo emana atingem a membrana e, por meio das enervações ligadas ao cérebro, criam uma 'imagem térmica' altamente precisa, fornecendo o tamanho do animal (através das concentrações dos raios infravermelhos ), a distância (através da variação de temperatura) e os movimentos (pelo deslocamento da 'imagem térmica').

. Uma serpente consegue rastrear um camundongo a vários metros de distância, tamanha a especialização das fossetas loreais.

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2 comentários:

André disse...

Fantástico !

Thuany Sergio disse...

Parabéns pelo site. Me ajudou Muito!

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